quinta-feira, dezembro 28, 2006

O Deserto é Maravilhoso!

Dois mil anos de Cristianismo, quase quatro mil anos após o Êxodo do Egito, quando Israel peregrinou pelo Deserto da região do Sinai em direção à Terra Prometida por Deus e, o povo ainda associa o período de Deserto a momentos de tribulação na vida do crente. Mas, por que será que tal associação tornou-se, depois de mero "bordão" evangélico, uma como que semidoutrina para os seguidores de Jesus?

A mulher maltratada pelo marido, quando vê-se em meio à uma intensificação dos maltratos logo diz, quando encontra-se com outras irmãs de sua confiança: - "Irmãs, orem por mim; pois estou passando por um Deserto terrível!". Semelhantemente, o chefe de família, em dificuldade financeira, talvez em virtude de desemprego, também se expressa: - "Irmãos, que Deserto, o que tenho vivido nestes últimos dias. Por favor, orem por mim, a fim de que saia dele depressa!".
Os hinos que cantamos nos cultos, em sua grande maioria, sugerem sempre um Deserto que terminará em uma terra de descanso, após dias de tormento, sofrimento e dor, sendo que tal prêmio final, invariavelmente, será dado aos que permanecerem na fé. E isso é genuinamente bíblico. Porém, em meio a inúmeras ilustrações bíblicas relacionadas à vida prática do povo de Deus ao longo de anos, vale a pena refletirmos em mais uma, ou seja, que consideremos o período de Deserto na vida do crente não somente como um período de sofrimentos e dores, mas, que consideremos o Deserto na vida do povo de Deus como sendo o período que envolva tanto as nossas alegrias quanto as nossas frustrações.
Em outras palavras, o sugerido é que se interprete o Deserto vivido pelos Hebreus como um tipo da Igreja que viveríamos (e estamos vivendo) nos dias atuais. Para tanto, faz-se necessário que comparemos alguns detalhes narrativos, associando eventos e lugares da época bíblica com os dos dias atuais.
EGITO (no período Bíblico): Local, no mundo, de religiosidade deturpada pela prática de cultos a deuses estranhos e divinização de seres humanos e outras criaturas. Por providência Divina, o povo de Deus, que partira para o Êxodo, nascera lá. No Egito o povo de Deus encontra-se escravizado e sem direcionamento quanto à forma de cultuar a Deus, alienado quanto ao conhecimento de Deus.
O MUNDO (hoje): Local de religiosidade, também, deturpada ou ausente, onde a divinização do “eu” e de outros seres, astros e objetos deturpam a prática de culto a Deus. Por providência Divina, todos nascemos nele. Desconhecendo a Deus, ou tentando cultuá-lo inadequadamente, os homens (alguns futuros ‘filhos de Deus’) também se encontram escravizados pelo pecado.
DESERTO (no período Bíblico): Local, no mundo, onde o povo de Deus encontra-se libertado da escravidão do Egito, totalmente dependente de Deus, a caminho da Terra prometida. O período de duração da peregrinação pelo Deserto diz respeito ao tempo necessário para que o povo de Deus esteja devidamente habilitado a entrar para o Descanso do Senhor.
IGREJA (hoje): Local, no mundo, onde o povo de Deus encontra-se libertado da escravidão do pecado, onde deve estar totalmente dependente de Deus e, a caminho do Descanso prometido. Uma vez que temos o exemplo do ocorrido com os crentes no Deserto, é necessário que estejamos sempre prontos para adentrar o Descanso do Senhor, na Canaã celestial.
CANAÃ (no período Bíblico): A Terra que o Senhor prometeu dar a seu povo para que habitasse para sempre. Terra onde o povo passa a desfrutar o merecido Descanso do Senhor. Terra na qual só entraram os que foram fiéis a Deus, os que venceram todas as provações durante o período no Deserto.
CÉU (hoje): O Local que o Senhor tem prometido para o seu povo. O Descanso eterno para o qual somente os que permaneceram fiéis ao Senhor, na Igreja, desfrutam. É o fim dos tormentos vividos no Deserto (Igreja). No Céu só há alegria e não há falta de coisa alguma.
Nesses termos, é entendido que o Egito significa o mundo, o das pessoas enquanto "homens naturais" (1ªCo 2:14). O Deserto, significa a Igreja, período no qual os que saíram da ignorância e já conheceram a Deus, são preparados, por meio da humilhação (Dt 8:2) para, então, adentrar o Descanso de Deus, que é o Céu, prefigurado pela Terra de Canaã. Tudo isso fica maravilhosamente explanado pelo texto de Hb 3:7 a 4:11. E, ainda, pelo Salmo 78.
O que se pretende aqui não é a destruição de uma crença comum que já está posta no meio Cristão Protestante de uma forma geral. É, antes, chamar a tenção dos irmãos piedosos para o fato real de que, se somos verdadeiramente portadores do Espírito Santo, enquanto estivermos nessa terra, pertencendo à Igreja, ou seja, perambulando pelo Deserto, viveremos constante sofrimento (2ªTm 3:12).
O pretendido aqui, ainda, não é inculcar nos crentes a idéia "franciscana" de conformismo com a vida de privações e sofrimentos à revelia, mas, é para que se tire da idéia dos crentes que o sofrimento na nossa vida corresponde à vida de pecado, perseguição do diabo ou, até mesmo falta de fé. Como disse o apóstolo Pedro: "Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo;" (1ªPe 4:12).
Desse modo, é conveniente que o crente de verdade pare, imediatamente, de correr atrás de "campanhas" e "correntes" que visam colocar um fim definitivo nos sofrimentos de nossas vidas e, com a anti-bíblica promessa de que eles (os sofrimentos) não retornarão.
Os modernos "pregadores do evangelho", no afã de verem seus salões lotados, com milhares e milhares de pessoas têm apelado, com sucesso, diga-se de passagem, à essa estratégia carnal e contrária à verdadeira mensagem do Evangelho. Então, disseminem a prudência no meio do povo de Deus, com o propósito de fazer com que a Igreja do Deus vivo volte, imediatamente, à pregação do Evangelho real que O Senhor determinou.
Se estou feliz, glorifico a Deus; se estou triste, glorifico a Deus. Se possuo bens, glorifico a Deus; se tenho alguma falta, glorifico a Deus. Se estou sadio, glorifico a Deus; se estou doente, glorifico a Deus. Logo, em meio a este momentâneo Deserto nesta vida, sob a total dependência de Deus, independente da condição em que me encontre, Deus seja louvado. Logo o Deserto terá um fim, então, por termos permanecido fiéis a Deus, e por não termos ignorado sua Maravilhosa presença, enfim, entraremos no seu Descanso eterno, na Canaã Celestial, a Jerusalém eterna, onde de nada mais sentiremos falta.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

properfil


Apresentação



Eu, recebendo das mãos do Dr. Russell Shedd, em outubro de 2006, o Certificado de conclusão do Crurso de "Romanos", na Igreja Presbiteriana da Qd. 905 Sul, em Brasília.

Belos e intensos dias, vividos com esse valoroso homem de Deus.

Tratou-se de uma oportunidade única para crescer bastante no conhecimento da Palavra de Deus. Confirmações de coisas já sabidas. Aprendizados essencialmente novos. Convicções a respeito de idéias, agora, sabidamente erradas, mas, que puderam ser revistas e reafirmadas renovadamente e com maior e mais sólida segurança. Engrandecido e louvado seja o nome santo do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.